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09 fevereiro 2015

Escassez


Está aí a palavra do momento: escassez. Nunca havíamos passado por uma situação dessas aqui na Sudeste. A escassez de água tem preocupado muito, porém a falta de informação deixa a todos sem conhecimento para lidar com essa situação. É noticiado diariamente o racionamento no fornecimento do bem mais precioso do mundo e muitos de nós não temos a dimensão da gravidade da situação. Antes mesmo de estarmos sofrendo pela ausência da água em nossas torneiras, poderíamos pensar na escassez de outras vertentes em nossa vida.
Existe uma escassez de solidariedade. Palavra grande em tamanho, mas também em significados. Preocupamo-nos em demasia com nossos próprios problemas e mal conseguimos enxergar os problemas alheios. Talvez não tenhamos mesmo condições de fazer muita coisa, mas solidariedade não exige tanto. Talvez uma palavra amiga, um apoio moral faz milagres.
Há também a escassez de sensibilidade. Talvez seja a maior delas. Essa maneira robotizada de viver tirou de nós um dos sentimentos mais preciosos. Ser sensível não nos torna fracos, pelo contrário, torna-nos capazes de fazer da emoção uma nova forma de ver o mundo. É o que nos humaniza e nos faz capazes de compreender, perdoar e amar.
E em se tratando de virtudes, temos ainda a escassez de generosidade. Coisa boa que temos no coração. Com ela podemos viver em paz, tendo a consciência de que somos capazes de amar as pessoas verdadeiramente sem que para isso seja preciso receber algo em troca. Tudo o que fazemos com generosidade torna-nos altruístas e desprendidos. Fazemos pensando sempre no bem do nosso semelhante. E como isso faz bem.
É, temos mesmo nesse nosso mundo louco, escassez de virtudes. Tão necessárias quanto a água para sobreviver nesse caos. Somente com elas estaremos preparados para enfrentar racionamentos, seca, falta de comida, de dinheiro. Nada então poderemos fazer para amenizar qualquer crise se não tivermos solidariedade, sensibilidade e generosidade. Com esse elo de sentimentos bons é que será possível administrar essa “arapuca”.
Comecemos então com pequenos gestos, dentro de nossas casas, nas relações pessoais, no olhar amoroso, na partilha, nos bons modos, na educação nossa de cada dia, tomando consciência de que pequenos gestos feitos com amor, talvez não mude o mundo de uma só vez, mas transforme sim, nossos dias em experiências a serem seguidas. Um belo exemplo a ser partilhado.

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