Tão, mas tão distante.

E foi assim. Planos, expectativas. "Era pra ser um passeio lindo", disse ela. Mas teve seu encanto, pois deixou de ser curtido pra virar história como tantas outras que já tivemos em família.
Esse foi um dia espetacularmente excêntrico. Dia quente de verão com o calor humano saindo pelos poros. Com um dia desses nada melhor que um encontro com a natureza. Então vamos!
Buscamos viver um dia incrível, desses que parecem um conto de fadas, mas o reino era muito distante. Tão, mas tão distante! Nada que um carro não resolva. É, as vezes não resolve.
Partimos de Aparecida com a intenção de conhecer o famoso "Ribeirão Grande". Tantas recomendações. Lá íamos refrescar nossa mente, cultuar a natureza, satisfazer mesmo a nossa fome por aventuras. E não é que foi. Uma super aventura. Dessas dignas de se virar uma bela história pra contar.
Numa estrada sem fim, com uma paisagem mais que perfeita, sentimos mesmo foi o calor passar chegando quase a Campos do Jordão. Com o combustível no limite e não encontrando o tão esperado lugar, tivemos mesmo que voltar na esperança infinita de que seria possível alcançar um posto de gasolina a tempo. Ufa! Já no posto, com muita fome e uma certa decepção, pudemos perceber que mesmo não dando tudo certo como o planejado o importante foi que conseguimos voltar.
Chegamos, mas foi à conclusão de que juntos somos mais fortes. Que a nossa companhia valeu a pena. Que o vento batendo nas árvores a faziam dançar pra nós em reverência a nossa humilde presença. Que a chuva veio na hora exata trazendo o frescor para aquele dia tão quente. Que o cheiro de terra molhada invadiu nossas narinas nos fazendo perceber que ainda temos o olfato apurado para as coisas simples. E o mais importante: que temos o bom humor e a juventude aflorada para perceber as paisagens ao longo do caminho.
Nem sempre tudo acaba como o planejado, mas foi possível analisar as boas vibrações em meio ao caos e fazer de um desastroso passeio um bom motivo para estarmos juntos. Assim como num conto famoso, o reino era mesmo distante, mas foi possível fazer com que ficássemos mais próximas mesmo nunca ter chegado lá.

Estou devendo esse passeio lindo pra vocês...rs
Giovana, Isadora e Laura

Máquina do tempo

Assistindo TV, minha filha Carol viu um reportagem sobre o filme "De volta ao passado". Nesse momento ela então me revelou: 
- Mãe, eu nunca estive em uma máquina do tempo. 
Ri de sua resposta, afinal quem realmente esteve em uma? Mas isso me fez novamente usar a minha imaginação fértil para refletir. 
Nossa máquina do tempo esta aqui, bem próxima de nós. A deixamos de lado dentro da nossa memória por motivos óbvios. Voltar ao passado machuca mesmo. Recordamos nossos erros e falhas sendo esses impossíveis de serem refeitos. Dói saber que não podemos corrigi-los.
Mas essa máquina pode sim fazer com que possamos buscar por algo bom que deixamos no passado e mesmo não sendo possível trazê-lo de volta, há ao menos a sensação de reviver os sentimentos daquilo que ficou perdido no tempo. Dá uma leveza, os dias se tornam felizes, caímos na gargalhada, falamos bobagens. Há que se ter espírito jovem.
Dias atrás, fiz uma viagem dessas.Entrei em minha própria máquina do tempo, resgatei momentos que pensei nunca mais recuperar.  Voltei um bom tempo, rejuvenesci e pude me sentir uma adolescente de 16 anos nessa pele já envelhecida pelo tempo.
Agora posso dizer: sim Carol, eu estive em uma máquina do tempo. Por poucos minutos revivi um passado, recuperei os sentidos, transformei um instante de magia em um belo momento para recordar.

Fica

Fica aqui
Mesmo que não faça nada.
Fique aqui
observando, analisando.
Fique aqui
pra eu saber que você está.
Não precisa dizer nada
mas se faça presente.
Tire de mim essa angústia.
Tire de mim essa melancolia.
Por vezes a tristeza se instala
e contigo tenho um pouco de alegria.

Carolina

E ela me chamava: "Carol"!!! Era insistente. Sabia que eu não gostava, mas sempre me chamou assim. Nosso nome é a nossa primeira marca e gostava do meu. Amanda teve mesmo um significado importante. Soava bem com toda a fragilidade que eu possuía. Mesmo depois de adulta sempre fui a Amandinha. Delicada, sensível, dramática entre outros adjetivos "inhos" dos quais todos gostavam de me dar.
Certa vez, fazendo um caderno de memórias, uma professora querida escreveu: "Ama e anda, são duas palavras bonitas que tem em seu nome", e nunca imaginei o quanto isso hoje significaria pra mim. Eu amo e ando sempre no caminho improvável dos acontecimentos.
Porém,minha irmã Cris, pôde perceber antes de todos os outros que eu não era somente a "Amandinha" e a "Carol" soava mesmo mais forte, mais imponente, mais segura de si, coisas que eu nunca achei que fosse. Assim ela reforçava a ideia de que eu poderia muito mais do que imaginava e ser bem mais do que eu sonhava.
Hoje me vejo Carol. Carolina. Como na música do Seu Jorge. Associo a ela todo esse momento novo, essa energia, essa coragem que trouxe para a minha vida a parcela mais íntima de mim. Aquela pessoa que sabe o quanto é capaz e não se envergonha de seus feitos. Acredito ter encontrado a dupla perfeita: a Amanda e a Carolina, para prosseguir com seus sonhos, seus desejos e anseios.
Demorou tanto tempo para um pingo de auto estima brotar aqui e eu enfim conseguir ser dona das minhas atitudes e das minhas vontades. Para tanto foi necessário deixar as asas que estavam entranhadas na coluna, pudessem se soltar. Um processo longo e doloroso.
Gosto tanto da Amanda, mas passei a gostar também da Carolina. Ela me deu forças pra começar a abrir as asas e arriscar um voo. Coisa muito pessoal, íntima e secreta. Renasce então com esse novo momento, uma incomensurável vontade de voar. Reencontro com a parte mais forte de mim, que me faz entrelaçar com aquilo que vejo e sinto. É minha irmã, a "Carol" sempre esteve aqui, você a conhecia bem antes do que eu. Mas nunca é tarde para descobrir a magia de ser o que é, abrindo as asas, sentindo o vento e aprendendo sempre com as possibilidades que a vida nos reserva.

Pra você minha irmã, meu parzinho, minha linda! Amo vc!♥

Sem pressa, sem pressões.

Quanta pressa, quantos afazeres durante vinte e quatro horas do dia. Para mulheres que trabalham então nem se fala. São compromissos domésticos e profissionais além de tempo para dar atenção aos filhos. Nossa vida é mesmo muito corrida e temos que dar conta de tudo. Quando sobra algum tempinho, vamos então sonhar, escrever, ler, assistir tevê ou outro passatempo que reservamos para nossos pequenos momentos de paz de espírito.
Passamos a semana toda esperando pelo tão aguardando final de semana como se isso fosse mesmo um alívio. Pobre de nós. Relaxar fica mesmo pra depois. Quando der.
A palavra pressa não sai mesmo do nosso pé. Tem que ser tudo muito rápido, estamos perdendo a hora pra trabalhar, pra cuidar da casa, pra mandar as crianças pra escola. Pressa! Quando então percebemos já é dezembro e um novo ano bate na porta. O tempo passou no ritmo acelerado de nossos dias e deixamos de apreciar as pequenas realizações.
Será que conseguimos nos lembrar desses momentos? Brevidades sensíveis, encantadores sonhos, surpresas inexplicáveis. Apagamos da memória e deixamos de degustar o cardápio que a vida nos apresenta: aquele abraço que recebeu com tanto carinho de alguém, aquele olhar perdido, aquele toque amável de seu amor, aquele trecho de um livro maravilhoso que leu, aquela música nova que tocou a sua alma. Momentos raros e despercebidos diante da apressada rotina de nossas vidas.
Estamos prestes a terminar mais um ano. Trezentos e sessenta e cinco dias de vida se passaram rapidamente e na angústia de nossos dias reclamamos tanto. Nesse exame de consciência inevitável de final de ano façamos essa reflexão. Sem pressa e sem pressões. Curta cada vitória da vida, aprenda com os fracassos e busque soluções. Aproveite cada segundo na tentativa sem limites de fazer com que seu ano, suas horas e seus segundos sejam intensos. Saboreie os momentos na busca incansável de ser feliz.
Logo teremos um ano novinho pela frente e em vez de planejar celebre os dias que se passaram para então deixar virem novas e emocionantes histórias. Elas virão com certeza. Temos apenas que direcionar o olhar para vê-las. Que venha mais trezentos e sessenta e cinco dias de acontecimentos surpreendentes. Já tive pressa, mas estou aprendendo a voar e sentir o vento de cada surpresa da vida.
Feliz ano novo!

Despedida

Nos dias em que estivemos juntos, na hora de ir, partir, você sempre dava uma olhada pra trás. Antes de se afastar de vez, dava aquela viradinha e me olhava como se dissesse: espera, eu vou voltar. Era como uma promessa ou uma constatação: estou indo, mas queria ficar, estou indo, mas eu vou voltar. E na sensação dessa despedida eu sempre chorava, acreditando que seria o fim. Não seria. Não será.

É natal

É tempo de viver. É natal, onde em meio a luzes e cheiros nos fazemos presentes na vida de quem amamos. Tempo de sentimentos intensos, de reflexões íntimas e abraços longos. Tempo de avaliar as realizações e sonhar com um um novo momento, desses que iludem nossa alma e confortam nossos corações. Desejo a todos os amigos, reais, virtuais, próximos, distantes, que tenham uma noite iluminada pelo Menino Jesus. Que possam ouvir os cantos dos anjos e confraternizem muito mais que um encontro, mas o verdadeiro amor. Que o maior presente seja a presença e a certeza de que estaremos próximos nos dias que se seguem.

Feliz natal seus lindos!!!

Amor incondicional

Eu tenho uma família sabe? Tenho pessoas que mesmo se desentendendo tanto, permanecem próximas por um bem comum. Que mesmo discutindo diferenças estão juntos na hora do aperto. Que largam tudo para socorrer no momento de doença ou um problema qualquer. Pois é. Eu tenho essa família que diante de tanta dores se encontram, se emocionam. 
Somos uma família onde o sangue grita e ferve quando uma injustiça é cometida e não se abalam perante qualquer obstáculo. Uma família que erra e acerta, talvez mais erre que acerte, mas que se ama de forma incondicional.

Pretensão

Quem sou eu diante de tantos poetas lunáticos. Apenas mais uma tentando encontrar em meio a subterfúgios versos uma razão para entreter o cotidiano por meio de palavras.

Quem eu penso que sou? Uma amadora, procurando formas variadas, entre letras e adjetivos, o encontro perfeito das palavras para descrever suas emoções.
Que pretensão a minha achar que estou capaz de traduzir em meros parágrafos uma sensibilidade por vezes ignorada e por outras admirada entre atitudes e ambições.
Em meio a tantas dúvidas e certezas inundar as páginas de emocionantes sinais capazes de entrelaçar com as securas da vida.
Nada sou de fato, mas tento a cada dia ludibriar minhas razões absolutas em emoções materializadas. Pensamentos que voam e pousam aliviados

O tempo

Usei chaves velhas pra abrir portas trancadas há tempos...
Guardei o tempo, fiz ele parar... mas ele ainda anda comigo...
Paguei moedas de ouro por sentimentos banais...
Troquei de time, li poemas, revirei contos de fadas...
Virei poeta, me senti poema...
Torci contra, fotografei almas...
Desvendei olhares,interpretei silêncios...
Fiz do fim um recomeço e do recomeço um fim...
Passei noites em claro, ouvi canções antigas...
reformulei gostos, observei paisagens...
Analisei o por do sol ao longo da espera...
Mudei trajetos, fiz novos caminhos, andei muito mais...
Desenvolvi novas habilidades, aprendi coisas novas...
Mudei de cabelo, escancarei o olhar...
Fiz da vida uma poesia...

Caixa de sonhos

Dois mil e catorze foi uma ano diferente pra mim. Reavaliei comportamentos, modifiquei algumas atitudes, mudei o ângulo do olhar. Mas também dei a devida importância aos pequenos momentos e sensações. A vida da gente passa muito depressa, os dias voam e por vezes deixamos de celebrar os pequenos acontecimentos diários.
Desde muito pequena tenho a mania de colecionar. Tive coleções diversas: papéis de carta, moedas e figurinhas. Minhas coleções eram muito especiais pra mim e elas sempre tiveram um lugarzinho cativo e um tratamento VIP entre as minhas coisas. Meus tesouros, minhas relíquias, ninguém sequer poderia mexer nelas. Tão especiais!
Esse ato de colecionar voltou a fazer parte dos meus dias. Arrumei uma bela caixa, onde guardo lembranças de momentos importantes que vivi e são tantos. Momentos e recordações infindáveis. Minha nova coleção agora são de emoções, esses breves e intensos momentos de extrema felicidade. Guardo com muito carinho essa nova caixa de vida. Resolvi colecionar aquilo que de fato é importante pra mim e faz dos meus dias, raros acontecimentos.
Tenho uma coleção guardada em uma caixa muito importante. Nela estão os maiores tesouros que já tive. Além dos alunos que fazem nossos dias surpreendentes há também nessa caixa anjos especiais que encontrei pelo caminho: os amigos. Encontro-os todos os dias, recebo deles além dos demorados abraços que tanto amo, compreensão, carinho, apoio e amor. Embalam os dias recheando-os de grandes e colecionáveis momentos.
São com essas pequenas atitudes diárias que me alimento com o mais saboroso pedaço do dia. Sem glúten, sem açúcar, sem calorias, mas deliciosos pedacinhos de ternura. Ah... o que seriamos de nós se não tivéssemos esse sabor de vida.
É na caixa "Joaquim Pereira" que encontro uma das fatias mais deliciosas dos meus dias. E mesmo com toda correria de tanto trabalho e objetivos a cumprir que criamos os laços mais afetuosos. Perfeita sintonia de um convívio mágico quando com apenas um olhar podemos perceber as angústias, ansiedades e frustrações de cada um e poder oferecer aquele apoio que tanto precisam. Quando na ânsia de realizar todo o programado, mãos amigas estão sempre ali, dispostas a dividir conosco nossas tarefas.
Estamos encerrando o ano letivo confraternizando tudo isso. Comemorando todas as nossas vitórias e enfim a chegada permanente de pessoas que sempre estiveram conosco e sempre estarão. Nossa equipe aumentou, mas cresceu também nossa vontade de estar sempre juntos, partilhando nossos dias.
Que essa imensa caixa de sonhos seja grande o suficiente para aconchegar nossos sentimentos. Que dentro dessa caixa possamos aumentar os laços, superar os desafios, cumprir nossas metas sempre embalado pelo afeto de nossa amizade.
Concluo com um trecho de NatyHill Antunes :
"Gostoso mesmo, é ter por perto pessoas que querem nosso bem. Que nos incentivam a sermos cada dia melhores. Pessoas que conhecem de longe nossa essência. E nem perguntam o por que das coisas. Simplesmente estão ali do nosso lado. Abraçando nossa história."

Feliz 2015 pra nós!!!

Aos meus grandes amigos da Escola Joaquim Pereira...

Sensação

Ainda cabe, veste bem...
Não consigo me imaginar sem essa veste clara, flutuante e tranquila...
Cabe certinho, me borda de sentimentos...
Gosto dessa sensação de estar coberta de sonhos, cercada de ilusões...
até mesmo essa angústia me cai tão bem...
Somos os sonhos perdidos, a vontade doce na boca,
coisas que não podemos ver nem tocar, apenas sentir...

Não dramatizo, eu poetizo...

Conversando com minha mestra, apaixonada por versos certa vez eu perguntei:
“Mãe, onde está a poesia?” 
Ela me disse que tudo se transforma em poema...
“Ela está aqui, acolá... tudo vira poesia minha filha.” 
Minha sensibilidade então me mostrou que, se em tudo há poesia, eu não dramatizo, eu poetizo... 

 "Prosinha que deu nome ao meu cantinho de ilusões... "
Obrigada a minha sobrinha Juliana pelo belo trabalho! Ficou lindo viu? Bjs

Meu presente de natal

Dezembro chegou e com ele as festividades natalinas. Luzes e cores invadem o comércio, afinal é tempo de presentear. Muitos saem às ruas em busca de algo que possa surpreender e encantar as pessoas que lhes são queridas.
Há os que criticam datas como esta, indagando sobre seu real significado e ainda outros que mal se lembram disso. O nascimento do Salvador torna-se refém do consumismo.
Vamos às compras gastar nosso décimo terceiro e não há como negar o quanto isso é bom. Merecemos, concordo, afinal trabalhamos o ano todo, pagamos nossos impostos, cumprimos nossos deveres, fizemos a lição de casa direitinha. Papai Noel há de perceber que fui uma boa menina e garantir o meu presente de natal. Mas existe algo a mais quando decidimos presentear alguém. Pelo menos pra mim, quando resolvo comprar um presente é sempre com a intenção de trazer a essa pessoa querida uma alegria, um encantamento, fazê-la perceber a sua importância e todo o carinho que tenho por ela. Aí sim, vou lá, gasto meu rico dinheirinho de forma tranquila, sem receios de estar vendo-o ir embora. Lá se foi, mês que vem tem mais.
Até reflito sobre o consumismo durante este período, mas compreendo as razões para que isso aconteça. Tem muita gente por aí querendo fazer alguém feliz nesse natal. Sendo assim, vamos às compras!
Gaste dinheiro, mas gaste também seu tempo. Pague em moedas, mas pague também em realizações. Cédulas são somente papéis. Momentos, sorrisos, felicidade, sonhos realizados são para sempre. Pague sim, mas com a certeza que estará fazendo dos seus dias preciosas lembranças, impagáveis emoções, colecionáveis saudades.
Feliz natal pra nós, que além de sonhadores somos consumidores exaustivos de momentos felizes.
Amanda Muhlen

“Obrigada às amigas queridas: Glaucimeire Pereira e Noely Motta pelo incentivo! Amo vocês!”