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11 abril 2016

Pais e filhos

Tivemos sorte. Somos da geração das melhores bandas nacionais de todos os tempos. Paralamas do sucesso, Titãs, Engenheiros do Hawaii, Biquini Cavadão, entre tantas outras que embalaram nossos dias, ampararam nossas emoções e fizeram parte de nossas histórias.
Dentre todas, a mais marcante levou o nome de “Legião Urbana” que comandada pelo vocal Renato Russo, deixaram na memória e no coração os hinos de uma época. Mas de tão marcantes, suas letras ultrapassaram um tempo e contagiaram também nossos filhos e porque não dizer nossos netos, quem sabe?
Foi ouvindo canções em alto som em minha rotina que acabei fazendo com que minha filha se identificasse também. Poesia em melodia. Frases e ensinamentos que se perpetuaram e foram tomando conta do gosto dos jovens que não tiveram a oportunidade de ver Renato interpretar de forma intensa cada canção.
Então aquela frase “Isso é do seu tempo, mãe!” deixa de existir. Encontramo-nos num tempo único, dentro dos mesmos sentimentos e valores, enxergando que temos a mesma essência poética e o olhar do encanto que carregamos em nós.
Palavras nunca deixarão de ser intensas quando ouvidas de dentro da alma. A música tem esse poder de nos transportar para um determinado tempo, reviver antigas memórias e também de fazer com que seja possível reconhecer as emoções daqueles que nos colocaram no mundo.
Foi assim naquele dia dois de abril. O anúncio do show, fez com que nós, mãe e filha, duas gerações, dois tempos, nos víssemos em êxtase diante da magnitude histórica do som de Dado Vila Lobos e Marcelo Bonfá. O encontro, mesmo na ausência de Renato de Russo, tornou maciço os ideias de duas gerações.  Cantamos, gritamos, rimos e choramos na emoção de “Pais e filhos”.
Chegamos à conclusão que “É preciso amar as pessoas, como se não houvesse amanhã... Porque se você parar pra pensar na verdade não há...”.
Que “Quem me dera, ao menos uma vez, explicar o que ninguém consegue entender... que o futuro não é mais como era antigamente”.
Que “Uma menina me ensinou, quase tudo que eu sei...” e que “ainda é cedo”.
Mas, sobretudo que “Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria”.
Foi o nosso tempo!

Para você Laura Muhlen, minha filha! Extensão de minha emoção. “Somos tão jovens!”
Porque eu sou quase ela e ela quase eu!


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