Tivemos sorte. Somos da geração
das melhores bandas nacionais de todos os tempos. Paralamas do sucesso, Titãs,
Engenheiros do Hawaii, Biquini Cavadão, entre tantas outras que embalaram
nossos dias, ampararam nossas emoções e fizeram parte de nossas histórias.
Dentre todas, a mais marcante
levou o nome de “Legião Urbana” que comandada pelo vocal Renato Russo, deixaram
na memória e no coração os hinos de uma época. Mas de tão marcantes, suas
letras ultrapassaram um tempo e contagiaram também nossos filhos e porque não
dizer nossos netos, quem sabe?
Foi ouvindo canções em alto som
em minha rotina que acabei fazendo com que minha filha se identificasse também.
Poesia em melodia. Frases e ensinamentos que se perpetuaram e foram tomando
conta do gosto dos jovens que não tiveram a oportunidade de ver Renato interpretar
de forma intensa cada canção.
Então aquela frase “Isso é do seu
tempo, mãe!” deixa de existir. Encontramo-nos num tempo único, dentro dos
mesmos sentimentos e valores, enxergando que temos a mesma essência poética e o
olhar do encanto que carregamos em nós.
Palavras nunca deixarão de ser
intensas quando ouvidas de dentro da alma. A música tem esse poder de nos
transportar para um determinado tempo, reviver antigas memórias e também de
fazer com que seja possível reconhecer as emoções daqueles que nos colocaram no
mundo.
Foi assim naquele dia dois de
abril. O anúncio do show, fez com que nós, mãe e filha, duas gerações, dois
tempos, nos víssemos em êxtase diante da magnitude histórica do som de Dado
Vila Lobos e Marcelo Bonfá. O encontro, mesmo na ausência de Renato de Russo,
tornou maciço os ideias de duas gerações. Cantamos, gritamos, rimos e choramos na emoção
de “Pais e filhos”.
Chegamos à conclusão que “É
preciso amar as pessoas, como se não houvesse amanhã... Porque se você parar
pra pensar na verdade não há...”.
Que “Quem me dera, ao menos uma
vez, explicar o que ninguém consegue entender... que o futuro não é mais como
era antigamente”.
Que “Uma menina me ensinou, quase
tudo que eu sei...” e que “ainda é cedo”.
Mas, sobretudo que “Ainda que eu
falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada
seria”.
Foi o nosso tempo!
Para
você Laura Muhlen, minha filha! Extensão de minha emoção. “Somos tão jovens!”
Porque
eu sou quase ela e ela quase eu!
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