Olho lá fora. Pela janela observo acontecimentos, sensações,
comportamentos, sentimentos. É ali na janela que fico, debruçada, arqueada
vendo o mundo girar. Carrego as seguranças e inseguranças, os medos e as
coragens e enfrento. Não há outro jeito, não há escolha. Ou você pega tudo e
“se vira”, ou fica ali “vendo a banda passar”.
E é observando tudo, que sem querer, olhei pra dentro de mim.
Quem eu sou? Para que estou? Essa dependência emocional por respostas, por
soluções para nossos conflitos tumultua o que na verdade deveria ser natural. Eu
sou isso aqui, tão simples como andar pra frente. Mas foi tentando me explicar
que me descobri.
Eu sou bagunça e calmaria. Eu sou tranquilidade e desespero.
Eu sou delicadeza e fúria. Eu sou o que sou, e aprendo a cada dia a lidar com essa
bagunça toda.
É isso, fazemos de tudo para nos aprimorar, mas nossa
essência permanece, nossa alma é única e evidencia todas as nossas escolhas. Cá estou eu, em reflexões meio absurdas,
analisando situações e momentos passados e redescobrindo que o que somos de
fato permanece em nós, mesmo estando em constante evolução.
Então, aquela pergunta pertinente, que todos em algum momento
nos faz, muda de figura:
“O que você faz da
vida?”. Não sou o que faço para ganhar a vida, sou aquilo que minha alma
permite que eu seja. Sou educadora e poeta. Sou aquilo que desejo ser, estou
onde me permito estar, pois sinto aquilo que meu coração anseia. E eu mereço
sempre mais.
Vagando por múltiplas cores, avanço e recuo de acordo com as
necessidades e cresço com isso. A essência fica, porém subo os degraus, viro
páginas, pulo muros e me alcanço. Mudo por contingência do destino, imposição
divina, mas mudo. Porque mesmo sendo carregadas de valores, não tenho a
obrigação nenhuma de ser sempre a mesma.
Sendo assim, se você me conheceu baseado no que eu era há um
mês atrás, hoje não me conhece mais. Evoluo em constância. Iluminada pelo sol, permita apresentar-me
novamente:
Meu nome? Sensibilidade. Meu sobrenome? Felicidade.
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